Primeira emenda em votação no CONSUN

Por volta das 13hs o CONSUN começou a votar as emendas do projeto de
ações afirmativas. A primeira emenda a ser votada trata da reserva de
vagas para étnico-raciais e sociais. Há a proposta de desmembrar essa
emenda, permitindo a votação das cotas sociais em separado das
étnico-raciais. Os manifestantes pró-cotas na reitoria batem seus
tambores contra tal proposta, reafirmando o caráter racista dessa
iniciativa.

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Fotos das Manifestações na Reitoria


Os índios Mbyá Guarani dançam o Xondaro, a dança do Guerreiro


Mulheres negras mostram seu canto, sua dança, sua força.


Seguranças e policiais federais bloqueiam a escada de acesso ao andar da votação.

Estudantes de colégios públicos: tambores de África na Reitoria da UFRGS.

E a espera pela votação continua! 

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Cláudia Elizabeth Thompson abandona votação

Após ter sua monção de cancelamento da votação negada pelo CONSUN, a conselheira Claudia Elizabeth Thompson abandonou a votação, dando assim força aos gritos dos tambores que embalam a votação – agora livre para acontecer!
 


Mais cedo, o advogado (a esquerda) chegando com o recurso (agora impugnado) tentando impedir a votação do conselho.

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Liminar contra a votação das cotas fracassa

A liminar impretada pela conselheira Cláudia Elizabeth Thompson foi reconsiderada pela Tribunal de Justiça Federal, seção do Rio Grande do Sul, permitindo dessa forma a votação da proposta de ações afirmativas. Segundo informações de membros do Consun, a proposta será votada parte a parte.

Abaixo, o extrato da consulta ao mandado de segurança da conselheira e o desenrolar do processo até às 11:51 dessa sexta-feira.

Consulta Processual Unificada – Resultado da Pesquisa

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2007.71.00.024941-4 (RS)
Data de autuação: 28/06/2007
Observação: SUSP DE SESSÃO DE VOTAÇÃO / CONSELHO UNIV DA UFRGS
Juiz: Paula Beck Bohn
Órgão Julgador: JUÍZO SUBS. DA 02A VF DE PORTO ALEGRE
Órgão Atual: 02a VF DE PORTO ALEGRE
Localizador: DIR
Situação: MOVIMENTO
Assuntos:
1. Ensino Superior

Barra divisora Partes
(Clique aqui para mostrar todas as partes)
IMPETRANTE: CLÁUDIA ELIZABETH THOMPSON
Advogado: CAETANO CUERVO LO PUMO

IMPETRADO: REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS E OUTRO

Barra divisora Processos Relacionados
Clique aqui para ver os processos relacionados no TRF4

Barra divisora Petições
Data: 29/06/2007
Tipo: PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
Número: 07/1278458
Peticionante: CLÁUDIA ELIZABETH THOMPSON
Órgão atual: RSPOA02
Status: Aguardando Juntada

Barra divisora Fases

29/06/2007 11:48
Mandado/Ofício Distribuído para Oficial de Justiça Mandado Distrib.:
70042626 – Tipo: INTIMAÇÃO – Sujeito: CLÁUDIA ELIZABETH THOMPSON-
Oficial: LAURA HELENA DA SILVEIRA COSTA
29/06/2007 11:44 Mandado/Ofício Remetido para Central de Mandados MANDADO:70042626 TIPO:Intimação SUJEITO:CLÁUDIA ELIZABETH THOMPSON
29/06/2007 11:43 Expedido Mandado MANDADO:70042626 TIPO:Intimação SUJEITO:CLÁUDIA ELIZABETH THOMPSON
29/06/2007 11:31 Mandado/Ofício Devolvido Cumprido Mandado: 70042549 – Sujeito: PRESIDENTE DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO – CONSUN
29/06/2007 11:20
Juntado(a) PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO – REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS E OUTRO – 07/1278454 – 29/06/2007
29/06/2007 10:14 Despacho/Decisão – Liminar/Antecipação de Tutela Deferida – Abrir documento Abrir documento
28/06/2007 18:53
Mandado/Ofício Distribuído para Oficial de Justiça Mandado Distrib.:
70042549 – Tipo: NOTIFICAÇÃO – Sujeito: PRESIDENTE DO CONSELHO
UNIVERSITÁRIO – CONSUN- Oficial: LEDA DUTRA DE OL
28/06/2007 18:38
Mandado/Ofício Remetido para Central de Mandados MANDADO:70042549
TIPO:Notificação SUJEITO:PRESIDENTE DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO – CONSUN
28/06/2007 18:38 Expedido Mandado MANDADO:70042549 TIPO:Notificação SUJEITO:PRESIDENTE DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO – CONSUN
28/06/2007 14:40 Autos com Juiz para Despacho/Decisão
28/06/2007 14:40 Recebimento ORIG: DISTRIBUIÇÃO – PORTO ALEGRE –
28/06/2007 14:32
Distribuição/Atribuição Ordinária por sorteio eletrônico urgente
Distribuição sorteio do dia 28.06.2007 14:32:42 ( Paula Beck Bohn/JUÍZO
SUBS. DA 02A VF DE PORTO ALEGRE)

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Justiça Federal suspende votação sobre implantação cotas raciais na Ufrgs

28/06/2007 – Justiça Federal suspende votação sobre implantação cotas raciais na Ufrgs

A
juíza da 2ª Vara Federal de Porto Alegre, Paula Beck Bohn, suspendeu a
votação, pelo Conselho Universitário da Universidade do Rio Grande do
Sul (Consun/Ufrgs), do projeto referente à implantação do “Programa de
Ações Afirmativas”, que visa garantir cotas raciais e sociais para o
acesso à universidade a partir do vestibular de 2008.

A medida liminar foi concedida a uma das conselheiras. Claudia
Elizabeth Thompson ajuizou a ação alegando que a proposta que seria
discutida na reunião do dia 29/06 sofreu alterações e que recebeu uma
cópia com as mudanças no dia 27/06. Argumentou que o regimento da Ufrgs
prevê que os conselheiros devem conhecer os projetos para votação com
cinco dias úteis de antecedência às sessões, para que possam
avaliá-los.

Ao analisar o pedido, a juíza entendeu que a apreciação do
“programa de ações afirmativas”, na reunião do dia 29/06, violaria o
dispositivo regimental da universidade que concede aos conselheiros
certa antecedência para examinar as questões que serão avaliadas e
votadas nas sessões coletivas. “A regra é absolutamente razoável porque
permite a adequada reflexão dos votantes, especialmente para os casos
em que o tema a ser debatido é relevante para a comunidade
universitária e para a sociedade”, como o caso em questão, concluiu.

A decisão não impede a reunião, outro projeto que não tenha
relação com as cotas raciais poderá ser apreciado. O presidente do
Consun poderá também designar uma nova data para a votação do “programa
de ações afirmativas”, desde que respeitadas as regras regimentais da
universidade.

MS 2007.71.00.024941-4

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Indígenas, Negros, Estudantes e Movimentos Sociais a favor das cotas raciais ocupam o hall da Reitoria

Proximo as 10 horas, secundaristas e indígenas – Kaingang e Guarani – chegaram à reitoria somando-se aos movimentos a favor das Cotas étnicas e raciais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tambores, cantos e oferendas ocupam o espaço antes destinado apenas aos "escolhidos" e calam os poucos opositores às ações afirmativas. Até o momento, o reitor da Universidade, José Carlos Hennemann e o procurador geral da UFRGS ainda não retornaram à reitoria, mas já têm em mãos a cassação da liminiar que tentava impedir a votação.
 
A gurizada do Hip-Hop – Atitude e dança no hall central da reitoria.
 

 Mbyá-Guarani trazem suas músicas e sua alegria

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Votação na reitoria: primeiras imagens

Após a vigília dos quase quarenta estudantes durante toda a noite de quinta para sexta, continuam chegando militantes e simpatizantes a favor das ações afirmativas ao vão da reitoria. Nessa manhã, os arredores da reitoria receberam um efetivo reforçado de policiais federais fardados ou à paisana que ocuparam os acessos à sala de votação e se misturaram com os manifestantes inocentemente tentando não parecerem policiais a paisana.

Existe a possibilidade de que, através de um recurso requerido ao
Ministério Público pela conselheira Claudia Thompson, a votação seja
novamente adiada. Durante toda a noite diversas liminares em resposta à
tentativa de impedimento da votação foram encaminhadas pelo Movimento
Negro, CPERS, GT de ações afirmativas, professores e conselheiros da
universidade em conjunto com a procuradoria da universidade.

 

Continue acompanhando!

E venha participar!

 

Na entrada norte da reitoria, os conselheiros são esperados por velas e folhas de papeis com os seus nomes junto aos nomes de grandes homens e mulheres que fizeram história junto aos movimentos indígenas e movimentos negros. 

 

Militantes dos Movimentos Negros e estudantes fazem batucada na porta sul da reitoria.

Portão da reitoria se agita com a chegada de mais manifestantes. 

Dentro da sala do Conselho, debates acalorados em busca da melhor solução
 

Fora do prédio, numa das lateriais, um grupo de 20 estudantes contra as cotas se reúne sem qualquer reação.

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Vigília cultural pelas cotas no vão da Reitoria

Acontece hoje (28/06) a partir das 19:00, a Vigília cultural pelas cotas no vão do prédio da Reitoria, campus central da UFRGS.
 
Contando com apresentações culturais de grupos de hip-hop, capoira, a vigília tem como principal objetivo sensibilizar a comunidade universitária e os conselheiros para a importância das políticas afirmativas, pela constituição de uma universidade mais diversificada e solidária com as camadas desfavorecidas da população brasileira.
 
A manhã do dia seguinte tem início com café da manhã, apresentação de grupos de cantos e danças tradicionais Guarani e Kaingang, rituais afro-religiosos, além de diversas oficinas ocorrendo durante a votação das cotas pelo CONSUN.
 
Compareça com seu saco de dormir ou barraca!!
Lute pelas cotas você também!!
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Nazistas planejam recrutar quadros incitando ódio contra as cotas raciais

O site nazista brasileiro Valhalla 88, responsável pela disseminação de racismo, homofobia e anti-semitismo na internet, sugere a utilização da polêmica surgida com as políticas de cotas raciais, como conjuntura favorável para incitar o ódio contra os negros e recrutar novos adeptos entre a população secundarista e universitária.
 
No tópico "Propaganda do futuro para o Nacional-Socialismo" os mantenedores do site apresentam suas propostas para a ampliação de quadros e criação de propagandas nazistas: 70% delas visariam alimentar a revolta e o ódio em favor da derrubada do sistema enquanto o restante trataria da "questão racial e semita".
 
"as cotas raciais, por exemplo, são ótimas para nós, é um assunto
que
está deixando os Brancos indignados e que pode ser usado ao nosso favor
(…) Não precisa ser declaradamente Nacional-Socialista, ou as pessoas
o
verão como um estranho, seja apenas mais um, um como a maioria.
Provoque as pessoas com o intuito de fazê-las contestar as coisas à
nosso favor".
 
No início da semana os arredores do campus central da universidade
foram alvo de pichações racistas contrárias as cotas. Entre estas
encontrava-se uma suástica. Sérios indícios apontam não ser este um caso isolado.
 
Em 2005 a reitoria abriu uma sindicância para investigar estudantes nazistas que estariam agindo dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sem qualquer punição efetiva. Tudo indica que neste momento os mesmos elementos estariam infiltrados no movimento contra as cotas raciais buscando formar novos adeptos entre os estudantes desta universidade.
 
A polícia está investigando o caso.
 
Para visitar o site nazista citado nesta reportagem clique aqui
 
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Cotas: razão e sensibilidade

Arlei Sander Damo, Professor de Antropologia da UFRGS

Entre os tantos argumentos contrários às cotas creio que um
deles, ao menos, merece ser contestado: aquele que afirma serem as
cotas uma ameaça à meritocracia. A mudança que está sendo proposta e
será apreciada pelo Conselho da UFRGS altera parcialmente, e tão
somente, os critérios de aceso à universidade, destinando uma parte
minoritária das vagas aos melhores concorrentes entre os cotistas – no
máximo 20% das vagas, depois de três anos da implementação do programa
(em 2010, portanto). Não está em jogo qualquer outra alteração, de modo
que os cotistas estarão sujeitos aos mesmos critérios de avaliação dos
demais estudantes ao longo da realização dos seus cursos.
 
O vestibular, como a etimologia de "vestíbulo" sugere, é um
dispositivo visando restringir o acesso a um bem precioso: o ensino de
terceiro grau gratuito e de qualidade. Ensino "gratuito" graças ao
Estado e, portanto, aos brasileiros de todas as classes e de todas as
raças. E "de qualidade" em razão do empenho de todos os que fazem parte
da universidade, sejam favoráveis ou contrários às cotas. Além desta
função utilitária, imprescindível para adequar a escassez da oferta à
excessiva demanda por vagas, o vestibular é um concurso, como outro
qualquer, cuja disputa é estabelecida no espectro de algumas
modalidades de conhecimento. Um sujeito intelectualmente mediano, mas
bem treinado, não terá maiores problemas em passar pelo vestibular,
mesmo porque o concurso poderá ser realizado indefinidamente. A ilusão
de que se é alguém ou, o que é pior, que se é mais do que os outros,
por ter sido o 1º ou o 2º classificado nesse tipo de disputa é
amplamente disseminada no meio acadêmico. Na medida em que os aprovados
são, em geral, aqueles que se preparam estrategicamente para a disputa,
não raro desde tenra idade e com o suporte de capital econômico
familiar, o vestibular pode ser muitas coisas, menos um procedimento
justo de aferimento de mérito, desde que este termo seja entendido no
sentido amplo de sua acepção.

Não vejo, pois, razão para tanto estardalhaço. Se houvesse uma
proposta de mudar todo o sistema de avaliação da universidade,
estabelecendo privilégios para determinadas classes de alunos,
quaisquer que fossem, provavelmente eu seria contra. Mas o que está em
discussão é apenas a flexibilização do ingresso, sem nem mesmo facultar
os cotistas do concurso. Tenho razões suficientes para firmar minha
convicção de que as mudanças no vestibular, visando incluir alunos de
escola pública, negros e índios, não agridem a meritocracia. A
universidade é um centro de produção e disseminação de capital
simbólico, uma modalidade de capital que pode ser reconvertida em
outros capitais e, portanto, servir como um potente mecanismo de
propulsão social e econômica. O atual vestibular favorece os que têm
acesso à ampla rede de ensino que se estruturou no seu entorno; treina,
portanto, indivíduos para burlar, com "truques" diversos, o sacrossanto
dispositivo meritocrático. O que um vestibular com cotas faz é servir
como um catalizador para determinados segmentos de raça e de classe
social.

A propósito, meus bisavós vieram da Itália. Não foi antes de
1875, quando chegaram ao Sul do Brasil as primeiras levas de
imigrantes, nem depois de 1890, data de nascimento de um dos primeiros
descendestes. É possível, inclusive, que tenham chegado em 1888, ano em
que os escravos foram oficialmente alforriados. Coincidências à parte
(muitos descendentes de cativos lutam até os nossos dias para legalizar
suas glebas), meus bisavós foram contemplados com suas cotas de terras
pelo governo brasileiro. Eles cultivaram-nas, depois trocaram por
outras e por outras mais, espalhando descendentes por vários estados
brasileiros. Tiveram méritos nesse processo, sem dúvida, mas na origem
há uma concessão importante, não posso negar.

Sou a favor das cotas, pois os que até agora se manifestaram
contrários a elas não me convenceram de que elas serão perniciosas à
UFRGS, nem me impressionaram com conjecturas que semeiam o pânico em
relação às mudanças. Também sou pelas cotas por uma escolha política,
que como outras tantas escolhas do mesmo gênero dependem de
sensibilidade.
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