Índio Karajá universitário espancado em São Paulo morre em Goiania

Matéria publicada no jornal 'O Popular' em 02/07/2007.
 

O índio Ijehederi Karajá, de 27 anos, estudante de Educação Física em
uma universidade de São Paulo havia três anos, morreu ontem, no
Hospital de Urgências de Goiânia, vítima de traumatismo
crânio-encefálico provocado por espancamento. Ele pertencia à Aldeia
Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, no Tocantins, e teria sido
atacado por três homens não-identificados, em uma cidade paulista. O
delegado Kleyton de Oliveira Alencar, da Delegacia de Investigações de
Homicídios, disse que até agora sabe-se que Ijehederi foi espancado
quando tentou socorrer um amigo índio que estava sendo
agredido pelos três homens.


Ijehederi Karajá chegou a Goiânia, na manhã do dia 21, de ônibus, e foi
para a Casa de Saúde do Índio, no Jardim Bela Vista, que o encaminhou
ao Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof), do Hospital das
Clínicas (HC), da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele tinha sangue
no olho esquerdo. Após avaliação médica, marcaram o retorno para o dia
25. Dia 22 à noite, com convulsões, foi encaminhado ao Hospital de
Urgências de Goiânia (Hugo)e, depois de examinado, transferido para o
Hospital São Domingos, ficou internado até a manhã de quarta-feira.


Os exames constataram que Ijehederi Karajá havia sofrido traumatismo
crânio-encefálico. Com novas convulsões, voltou a ser internado no
Hugo, onde morreu por volta das 10 horas de ontem. A mãe dele, Idjahina
Karajá, e a irmã, Krubi Karajá, estavam em Goiânia desde o dia 25, para
acompanhá-lo. O corpo de Ijehederi foi levado ontem para a aldeia, onde
será sepultado de acordo com os costumes indígenas.


O delegado Kleyton de Oliveira Alencar disse que vai pedir ajuda à
Polícia Civil de São Paulo para saber em que cidade Ijehederi estudava
Educação Física, se o crime tem relação com o ambiente universitário,
quem é o outro índio agredido e se há alguma ocorrência policial
registrada sobre o caso. Ele quer saber também se Ijehederi Karajá
procurou assistência médica em São Paulo. A coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que deverá divulgar uma nota sobre o caso hoje.
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