Na última segunda-feira, dia 25, os arredores do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foram alvo de pichações racistas contrárias a implementação de políticas de ações afirmativas.
As pichações demonstraram a face mais cruel de setores
mobilizados contra as cotas na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul: Em três pontos distintos, espaços externos à universidade podiam ser lidas frases de cunho racista contra a presença de negros na universidade.
mobilizados contra as cotas na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul: Em três pontos distintos, espaços externos à universidade podiam ser lidas frases de cunho racista contra a presença de negros na universidade.
Junto ao prédio da Engenharia, na junção das avenidas Osvaldo Aranha e Sarmento Leite, em letras grandes lia-se "Voltem para a senzala", logo abaixo a palavra "cotas" aparecia razurada. Em um muro da avenida João Pessoa, outro ataque racista de militantes anti-cota: "Negro, só se for na cozinha do RU", junto a frase uma suástica. No muro junto a Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA) mais uma frase: "Macaco é no zoológico".
A estudante de Ciências Sociais Patrícia Pereira de 21 anos diz estar decepcionada e preocupada."É inacreditável que num lugar de pessoas estudadas aconteça coisas como essa. Apontar culpados é muito difícil, mas todos sabem que há grupos neonazistas dentro da UFRGS, acho que foram eles". Para ela as medidas contrárias a esse tipo de atitude devem ser pensadas a longo prazo, "Investindo na educação e conscientização das pessoas, as coisas certamente vão mudar".
Encarado como mais um indício da ação de grupos racistas de extrema direita existentes na Universidade Federal as pichações estão sendo investigadas pela polícia.
Há dois anos atrás a disseminação de idéias nazistas e racistas na Universidade Federal Rio Grande do Sul resultou em uma sindicância por parte da reitoria na qual o estudante de Ciências Atuariais Gabriel Marchesi Lopes foi investigado e considerado um dos principais propagadores dessas ideologias. Atualmente o estudante é um dos coordenadores do grupo anti-cotas raciais nesta mesma universidade.
Para ler a matéria publicada na Folha de São Paulo sobre o estudante nazista da UFRGS clique aqui.
Espero que depois dessa ninguém ouse afirmar que o “ódio racial é desconhecido entre nós”