Publicado no website Boletim Informativo/Políticas de Cor em 19/01/2005
Confusão e racismo levaram dois candidatos ao vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a perder a prova de ontem, na Capital. Dois jovens negros, que são irmãos, foram confundidos com bandidos pela Brigada Militar por estarem correndo, atrasados para o concurso. William Flores Silveira, 17 anos, e Cristian Norberto Flores Silveira, 24 anos, prestavam vestibular para Engenharia Mecânica – curso que o mais velho já está fazendo na Unisinos.
Moradores de Alvorada, ontem pela manhã, ambos seguiram de ônibus para a Capital, onde fariam a prova na Escola Estadual Professora Leopolda Barnewitz, na Rua João Alfredo, bairro Cidade Baixa. Ao desembarcarem na Avenida Loureiro da Silva, a cerca de duas quadras do local da prova, perceberam que já eram 8h15min e decidiram correr – a prova se iniciava às 8h30min. Os irmãos levariam cerca de cinco minutos correndo para chegar à escola. A menos de 10 metros do portão do colégio, foram abordados por dois PMs em uma viatura, e por um terceiro policial, a pé. – Eles (os PMs) vieram de arma em punho e perguntaram por que a gente estava correndo.
Quando falamos que íamos fazer o vestibular, eles disseram que "muita gente fala isso e, na verdade, tá assaltando os vestibulandos" – relatou Cristian. Portão foi fechado, impedindo o ingresso Depois do mal-entendido, quando os garotos conseguiram chegar ao colégio, o portão já estava sendo fechado. Houve uma tentativa de argumentação, mas já passava das 8h30min, e eles não puderam entrar.
O pai dos garotos registrou ocorrência na Delegacia de Polícia Para a Criança e o Adolescente Vítima, argumentando que a arma foi apontada para o adolescente. Hoje, ele deve procurar a Corregedoria da BM. – Vou tentar alguma medida para que os garotos não percam o vestibular por algo que não foi culpa deles – lamentou o engenheiro Norberto Silveira, pai dos jovens.
Mas esse problema do preconceito no Brasil vai ser sanado com mais esse tapa-buraco do estado?
Os negros terão uma educação melhor?
terão uma base que os fará merecer a vaga na universidade?
as cotas não vão gerar mais racismo, já que impõem uma discrepância oficial entre um negro e um branco?
não será gerado um comodismo através deste mimo?
vão durar até quando essas tais cotas?
ainda acho que o melhor seriam as cotas para a rede pública, quando esta for devidamente reestruturada, quando cessar a palhaçada que está me saindo esse ensino público brasileiro.